5 de mar. de 2009

Ônibus da escola: Porque é bom pega-lo.

Hoje, senhoras e senhores, a minha programacao para as aulas seria: Matematica as 10:05 e história as 12:05. O que isso significa? Pra vocês, nada, mas pra mim, isso significa uma hora a mais de sono.
Antes que digam que eu näo me programo e etc, eu já havia feito a mesma coisas muitas outras vezes e nunca tinha tido problemas. Mas vamos à história.
Pra quem não sabe, eu moro em Nibe e "estudo" no Hasseris Gymnasium, em Aalborg. Na teoria, a distancia é de 17,6 km. De fato eu percorreria esses mesmos 17,6 se eu fosse com o ônibus da escola. Mas hoje não, hoje eu poderia durmir uma hora a mais. Logo, eu iria percorrer 6 km a mais. O que não importa, teria uma hora a mais de sono.
Então esse era o plano: Acordava as 8 e meia, tomava café, minha higiene pessoal, jogava o gato pela janela(ele nao pode ficar dentro de casa e a janela é o jeito mais rapido), conferia tudo e saia de casa as 9:04. Chegava no terminal às 9:45, pegava um ônibus pra escola às 9:50 e chegava 3 minutos atrasado sem problema algum. Mas então, ocorreram alguns imprevistos como os 5 minutos a mais de sono e a troca de café da manhã quando o primeiro ja estava preparado, e o gato insistia em se agarrar no cobertor. Por causa disso, eu sai de casa as 9:06. 30 segundos a menos do que eu precisava pra andar tranquilamente, então fui andando rapidamente. Cheguei à parada de ônibus exatamente as 9:09. Tinha algumas pessoas esperando também, logo, eu tinha feito em tempo habil. Esperei.
Foi ai então, senhoras e senhores, que comecei a notar a minha sorte. Simplesmente por que o ônibus não veio. Quem vive ou viveu aqui na Dinamarca que isso é tão estranho quanto um ônibus pontual no Brasil. Todos os ônibus teem(novas regras do português) uma programacão certa e muito raramente eles atrasam mais de dois minutos. Eis que 17 minutos depois, chega um outro ônibus. A esperanca se renova, ainda há possibilidade de pegar o ônibus as 9:50 se ele correr muito. Mas claro, pra minha sorte, o motorista mostrou o letreiro: Ikke i rute(Não está na rota, em traducão literal). Porem ele disse que o ônibus 50 chegaria em três minutos. Pois bem, chegou em 4 e eu consegui pegar esse.
5 minutos depois, notei que não conseguiria chegar a tempo pra o ônibus das 9:50, mas eu poderia pegar o das 10:00, mas eu chegaria uns 7 minutos atrasado. Mais uns 15 minutos, comecei a duvidar se eu chegaria a tempo de pegar os das 10. Alem de o onibus estar muito lento, todo mundo queria parar a toda hora.
Quando finalmente cheguei em Aalborg, faltavam dez minutos para as dez, ainda havia uma pequena possibilidade de pegar a conexão, se eu descesse no hospital e pegase o proximo ônibus demais.
Comecou a tensão. Todo mundo que apertava o botão pra pedir parada era automaticamente fuzilado com o olhar por todos os outros estudantes que assim como eu acharam que seria vantagem durmir uma hora a mais. Todos se olhavam nervosos, ninguem se atrevia a falar. Estavamos subindo o viaduto, não faltava muito agora, mas so tinhamos dois minutos para o proximo ônibus deixar o terminal. O motorista acelerou, como que sentindo a nossa pressa.
Chegamos ao hospital as 10:02. Na hora que descemos do ônibus, não vimos nem sinal do proximo, o que era bom, teriamos tempo pra chegar no ponto. Quando paramos no sinal vermelho(para os pedestres), eis que é possivel avistar o nosso ônibus. Aquele inconfudivel numero 11, um magnifico monstro amarelo que rodeia a cidade levando as pessoas onde elas precisam ir. Foi então que todos, em unissono, torcemos para que o busão parasse no sinal vermelho e que ficasse verde para nós. Não aconteceu, ele passou já no amarelo, o que nos daria tempo quase nenhum para chegar até a parada. O nosso sinal abriu, eu, já sem esperancas nem me movi, uma outra estudante daqui do Hasseris, saiu desabalada. Como que por reflexo, minhas pernas comecaram a se mover e eu estava também, junto com mais 4 outros alunos preguicosos, correndo até a parada em frente ao hospital. Segurei a minha bolsa pra correr melhor, deixei todo o meu orgulho pra trás e corri. Corri como nunca(mentira). Era quase possivel ouvir o tema "Carruagens de fogo". Nós corriamos e ascenavamos para que o motorista não saisse sem a gente, até que aconteceu: Chegamos a tempo.
Mostrei o meu buscard e entrei com um sorriso nos olhos. Sentei e apreciei o gosto da vitoria. Eu tinha conseguido. Depois de tudo que tinha passado até ali, eu tinha conseguido. Chegar a escola agora era uma questão de tempo. O que eram dois ou três minutos atrasados? Nada, eu chegaria. E cheguei.
Tudo bem que a aula era no pavilhão 1, a sala mais longe possivel que se possa imaginar e eu acabei chegando 12 minutos atrasado, mas não interessava. Eu estava ali e poderia desfrutar de mais uma aula de matematica com fones de ouvido e lendo um livro qualquer pego da biblioteca da cidade.
Vitória, doce vitória.

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